O grupo mantinha ramificações em cidades como Araras, Leme, Conchal e até fora do Estado.

Uma megaoperação da Delegacia de Investigações Gerais de Limeira (SP), batizada de Operação Hitman, foi deflagrada nesta segunda-feira (5) com o objetivo de desarticular uma organização criminosa formada por policiais militares, guardas civis municipais e criminosos civis. O grupo atuava principalmente na região de Limeira e mantinha ramificações em cidades como Araras, Leme, Conchal e até fora do Estado.

De acordo com o boletim de ocorrência, o grupo é investigado por uma série de crimes graves, incluindo tráfico de drogas e armas, roubos, adulteração de veículos, corrupção ativa e passiva e homicídios. Segundo as investigações, os crimes teriam como alvo membros de uma facção criminosa paulista, em uma disputa por rotas estratégicas do tráfico de drogas, como a conhecida “Rota Caipira”, que liga o interior de São Paulo ao Rio de Janeiro.

Durante a operação, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão temporária. Ao todo, nove pessoas foram presas por ordem judicial, entre elas um policial militar e um guarda civil municipal. Outras três foram presas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas. Um dos alvos, que estava foragido, foi capturado em um hotel na cidade de Gramado (RS), graças à ação conjunta com a Polícia Civil gaúcha.

As investigações apontam que o grupo agia com alto poder ofensivo, utilizando armamento pesado, veículos clonados e táticas paramilitares, como emboscadas e o uso de “sicários” – assassinos de aluguel. Um dos casos mais graves citados no boletim envolve o roubo de um arsenal na cidade de Araras, onde, durante o cumprimento de mandado, foi encontrado um verdadeiro equipamento de guerra dentro de um dos veículos monitorados por ligação com homicídios.

O delegado Leonardo Burger, da DIG/Dise de Limeira, não descartou a possibilidade de outros agentes públicos estarem envolvidos.“O objetivo daqui para frente é identificar mais membros, elucidar mais crimes e reunir uma quantidade de elementos significativa. Assim a gente consegue encaminhar [o caso] ao Ministério Público, a fim de que esses indivíduos presos hoje possam pegar condenações importantes”, afirmou.

Guarda Civil Municipal de Araras é alvo da operação

A sede da Guarda Civil Municipal (GCM) de Araras também foi alvo de mandado de busca e apreensão. Equipes da Polícia Civil estiveram no local na manhã desta segunda-feira para cumprimento da ordem judicial.

A Prefeitura de Araras, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Civil, emitiu nota oficial informando que acompanhou e prestou apoio integral à operação. A administração municipal confirmou que três guardas civis municipais são investigados e foram afastados preventivamente. Um deles encontra-se foragido.

Segundo a nota, o caso está sendo acompanhado pela Corregedoria da GCM, e a Secretaria reforça que permanece à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.

Os presos em Araras e Leme foram encaminhados à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Limeira e, posteriormente, levados à Cadeia Pública da cidade. As investigações seguem em andamento e devem resultar em novas diligências nos próximos dias.