“Foi um fornecedor que se comprometeu a entregar a massa de tomate, recebeu da prefeitura e depois sumiu. Tivemos que agir rápido para não deixar as crianças sem alimentação nas escolas”, explicou o prefeito Irineu Maretto.

A Prefeitura de Araras (SP) decidiu substituir a tradicional massa de tomate industrializada por molho de tomate natural feito nas escolas. A mudança ocorreu depois que uma empresa, mesmo após vencer a licitação e receber o pagamento, simplesmente parou de entregar o produto.
“Foi um fornecedor que se comprometeu a entregar a massa de tomate, recebeu da prefeitura e depois sumiu. Tivemos que agir rápido para não deixar as crianças sem alimentação nas escolas”, explicou o prefeito Irineu Maretto.
Diante da urgência, a prefeitura passou a comprar tomate in natura e preparar o molho diretamente nas cozinhas das escolas da rede municipal. O resultado surpreendeu positivamente. “Descobrimos que o molho natural é mais nutritivo, mais saudável e as crianças estão aprovando”, afirmou o prefeito.
A situação envolvendo a merenda escolar é apenas um dos reflexos da grave crise financeira herdada da gestão anterior. De acordo com Irineu, a prefeitura começou o ano com R$ 186 milhões em restos a pagar, sendo R$ 33 milhões só na área da saúde, como medicamentos, insumos, atendimentos hospitalares e contratos com organizações sociais.
Entre os débitos, estão: Cerca de R$ 2 milhões para o Hospital São Luiz; Aproximadamente R$ 9,5 milhões para a São Leopoldo Mandic, que administra a UPA; Pagamentos atrasados para fornecedores de insulina e outros remédios essenciais.
Com isso, muitos fornecedores se recusam a participar de novas licitações. “Araras ficou com fama de má pagadora. Tem empresa que participou de contrato três anos atrás e até hoje não recebeu”, lamentou Irineu.
Mesmo diante dessa situação, o prefeito afirmou que R$ 16,5 milhões já foram pagos, o equivalente a cerca de 8,8% do total da dívida herdada. “Estamos reorganizando as contas, negociando e fazendo o possível para que os serviços públicos não parem”, concluiu.
