Prefeito Irineu Maretto alerta para risco de perda de convênio estadual com sucateamento dos ônibus escolares em Araras, SP

A Prefeitura tem contrato com o Estado de R$ 1,25 milhão mensais para o transporte de alunos, mas, para mantê-lo, os veículos não podem ter mais de 10 anos de uso.

O prefeito de Araras (SP), Irineu Maretto, falou na semana com a nossa reportagem sobre os desafios enfrentados pelo município em relação ao transporte coletivo urbano e escolar, destacando a situação financeira da TCA (Transportes Coletivos de Araras) e os riscos de prejuízos ainda maiores caso o convênio com o Governo do Estado seja perdido.

De acordo com o chefe do Executivo, a folha de pagamento da TCA gira em torno de R$ 1,4 milhão mensais, valor que, somado aos encargos, chega a quase R$ 2 milhões por mês. “Nós temos trabalhadores que não têm culpa do que está acontecendo. Em administrações anteriores, havia 40 ônibus novos comprados pelo ex-prefeito Brambila, mas eles foram destruídos. Hoje, a situação é crítica”, afirmou.

Estudo para transformação em secretaria

Irineu Maretto explicou que está em andamento um estudo para transformar a TCA em uma secretaria municipal, o que poderia representar uma economia de aproximadamente R$ 250 mil mensais.

“Se a TCA virar secretaria, os mesmos profissionais que atuam lá – como advogados e compradores – viriam para ajudar dentro da Prefeitura, evitando duplicidade de funções. Além disso, à medida que funcionários forem se aposentando, eles seriam substituídos dentro dessa nova estrutura”, explicou.

Condições de trabalho e manutenção precária

O prefeito também chamou atenção para as condições de trabalho dos motoristas.
“Tem motorista que trabalha 11, 12 horas por dia, isso beira o trabalho escravo. E, pasmem, a TCA não tinha sequer um compressor para calibrar pneus, nem estrutura para lavar adequadamente os ônibus”, relatou.

Risco com os ônibus escolares “amarelinhos”

Um dos maiores problemas, segundo Maretto, é a situação da frota de ônibus escolares, os chamados “amarelinhos”. A Prefeitura tem contrato com o Estado de R$ 1,25 milhão mensais para o transporte de alunos, mas, para mantê-lo, os veículos não podem ter mais de 10 anos de uso.

“Hoje, apenas quatro ou cinco ônibus da nossa frota estão dentro dessa exigência. Se perdermos esse convênio, a Prefeitura teria que arcar com mais R$ 1,2 milhão por mês, o que é inviável”, alertou.

O prefeito lembrou ainda que Araras foi a última cidade da região de Pirassununga a receber o contrato do Estado para assinatura neste ano, reflexo das dificuldades enfrentadas pela frota municipal.

Caminhos para o futuro

Apesar das dificuldades, Irineu Maretto disse acreditar que é possível reestruturar o sistema.
“O transporte urbano sempre dá prejuízo, mas podemos reduzir o aporte da Prefeitura para algo em torno de R$ 400 mil a R$ 500 mil mensais, e não mais R$ 1 milhão. O que não podemos é perder o convênio dos amarelinhos, porque é ele que sustenta o sistema hoje”, concluiu.

 

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