A represa Tambury está com 73% da capacidade, a Hermínio Ometto com 81% e a Água Boa, reserva estratégica, apenas 69%. As chuvas mais consistentes só são esperadas para outubro, o que aumenta o risco de escassez.

A estiagem prolongada tem acendido o alerta em Araras (SP) e colocado o abastecimento de água em situação crítica. O Serviço de Água e Esgoto do Município de Araras (Saema) estuda medidas de fiscalização e aplicação de multas para coibir o desperdício e evitar que a cidade enfrente racionamento, como já ocorreu em anos anteriores.
Segundo dados recentes do Saema, os reservatórios que abastecem o município registram queda preocupante. A represa Tambury está com 73% da capacidade, a Hermínio Ometto com 81% e a Água Boa, reserva estratégica, apenas 69%. As chuvas mais consistentes só são esperadas para outubro, o que aumenta o risco de escassez.
Entre as ações em estudo estão penalidades para moradores flagrados em práticas de desperdício, como lavar calçadas com mangueira, encher piscinas ou manter torneiras abertas sem necessidade. A intenção, segundo a autarquia, é prolongar a disponibilidade dos reservatórios e garantir o fornecimento até o retorno das chuvas.
“A economia de cada morador faz diferença. Se todos colaborarem, conseguimos atravessar esse período crítico sem cortes no fornecimento”, informou o órgão em nota.
Medidas em outros municípios
Cidades vizinhas como Limeira, Cordeirópolis e Iracemápolis já aplicam regras de uso racional da água com multas para infratores, o que ajudou a reduzir o consumo e preservar os reservatórios. Araras deve adotar estratégia semelhante, reforçando que o consumo consciente é uma responsabilidade coletiva.
Campanhas de conscientização
Além da possibilidade de multas, o Saema intensifica campanhas de orientação em rádios, TVs, portais de notícias, outdoors e redes sociais. Entre as principais dicas estão:
fechar a torneira ao escovar os dentes;
reduzir o tempo no banho;
evitar lavar calçadas com mangueira;
reutilizar a água da máquina de lavar em outras tarefas domésticas.
Especialistas lembram que economizar água não é apenas para evitar multas, mas sim para proteger o futuro do abastecimento. Em períodos de estiagem, cada litro economizado ajuda a manter a estabilidade do sistema e afasta medidas drásticas, como o rodízio de fornecimento.
O Saema deve anunciar nos próximos dias as regras e os valores das multas para quem descumprir as orientações. Até lá, a recomendação é clara: usar a água com responsabilidade para evitar que Araras enfrente uma crise hídrica mais severa.