Segundo a Corregedoria Geral da Justiça, Canelli utilizava recursos públicos como “capital de giro da serventia”, prática que caracteriza apropriação indevida de valores.

A Procuradoria Geral do Estado de São Paulo se manifestou contra a tentativa de retorno de Marco Antônio Canelli, ararense e ex-titular do Cartório de Registro de Imóveis de Praia Grande (SP), que tenta anular a decisão administrativa que o afastou por supostas irregularidades milionárias.
Entre 2015 e 2021, mais de R$ 13,5 milhões em repasses obrigatórios a órgãos públicos e entidades — como o Estado, o IPESP e a Santa Casa de Misericórdia — teriam sido pagos com grande atraso. Segundo a Corregedoria Geral da Justiça, Canelli utilizava recursos públicos como “capital de giro da serventia”, prática que caracteriza apropriação indevida de valores.
Na defesa, o ex-registrador alegou que ataques cibernéticos teriam prejudicado o sistema contábil do cartório, causando os atrasos, posteriormente regularizados. O argumento, porém, foi rejeitado pela Procuradoria, que ressaltou a falta de provas dos supostos ataques e lembrou que o próprio Canelli admitiu débitos milionários.
A Justiça já havia negado o pedido de liminar para que Canelli fosse reintegrado provisoriamente ao cargo — decisão agora mantida em grau de recurso. O processo continua em andamento no Tribunal de Justiça de São Paulo, sob relatoria do desembargador Renato Delbianco.