Outros pacientes também enfrentam dificuldades.

A troca emergencial de convênio médico da Prefeitura de Araras tem causado transtornos a servidores que dependem de tratamentos contínuos, como quimioterapia, imunoterapia e hemodiálise.
Um dos casos é o de Daniel Alves da Cruz, funcionário público que trata um câncer no reto há um ano e teve sua cirurgia cancelada após o fim do contrato com a Associação São Luiz Saúde, encerrado em 18 de outubro.
“Na sexta-feira eu recebi uma mensagem cancelando a cirurgia que ia acontecer agora no dia 30. Simplesmente cancelaram e agora não tem uma data prevista”, lamenta Daniel, que agora deve se deslocar até Campinas para realizar o procedimento.
O novo convênio da Prefeitura é com a Salusmed, contratada de forma emergencial por R$ 17,6 milhões e com validade de seis meses. A operação começou no último domingo (20).
Outros pacientes também enfrentam dificuldades. Desyrre Giusti, que trata câncer de mama, teve uma sessão de imunoterapia suspensa e segue sem previsão de retomada. Já o pai de Jaqueline dos Santos, de 68 anos, passou a viajar até Campinas para fazer hemodiálise, o que torna o tratamento “desgastante e desumano”, segundo a filha.
O advogado da Salusmed, Leonardo de Angelis, afirmou que a empresa tentou manter os atendimentos em Araras, mas a Santa Casa teria recusado parceria por “questões políticas e comerciais”.
A Prefeitura informou que o contrato prevê 20 dias de adaptação e que uma nova clínica de referência, a 20 minutos da cidade, começará a atender em breve. Também há planos para criar um ambulatório de hemodiálise próprio.
A Santa Casa declarou que o São Luiz Saúde é provedor do hospital e que mantém há décadas os atendimentos aos pacientes, afirmando não ter interesse em novo acordo com a Salusmed, que, segundo a instituição, já alegou possuir ampla rede credenciada.