Ele contou que o sistema de rastreamento da frota impede que ele mova o veículo sem autorização. Para evitar o travamento do sistema, precisou ficar parado em local proibido, inclusive na rampa de acesso à empresa.

Um caminhoneiro que presta serviço à Lactalis Brasil relatou à nossa reportagem na manhã deste sábado (28), um dia depois de uma mulher registrar um grande congestionamento de veículos na Rodovia Wilson Finardi (SP-191), acesso para a Avenida Ângelo Franzini. Ele denunciou os desafios e o clima de tensão enfrentado por motoristas que tentam acessar as instalações da empresa.
“Mas quem mandou nós parar aqui, foi lá os caras lá. Eu não posso sair daqui, senhor, se eu for pra frente agora, lá pro posto, ou parar em outro lugar, a empresa me trava, o rastreador”, disse o caminhoneiro, visivelmente irritado.
Ele contou que o sistema de rastreamento da frota impede que ele mova o veículo sem autorização. Para evitar o travamento do sistema, precisou ficar parado em local proibido, inclusive na rampa de acesso à empresa. “Eu vou ficar lá na rampa, porque se eu for no posto, trava, se eu for pra outro lugar nas proximidades, trava. Esses caras não deixam a gente entrar.”
O desabafo expõe uma rotina de pressão e falta de autonomia enfrentada por caminhoneiros, além de possíveis falhas na gestão da logística da Lactalis Brasil. Nossa reportagem tentou contato com a empresa, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Em abril, logo após a morte de um motociclista que bateu na traseira de um caminhão parado irregularmente na avenida, a Lactalis do Brasil prometeu conscientizar motoristas, ampliar estacionamento e anunciou expansão da produção em Araras, SP.
O desabafo do caminhoneiro expõe a tensão e a falta de autonomia enfrentadas pelos profissionais. A reportagem não conseguiu contato com a empresa.
