Duda Negretto perdeu três dentes após ser estrangulada durante ataque transfóbico em Araras, SP

A Polícia Civil está analisando o caso e deve solicitar imagens de câmeras de segurança de comércios nas proximidades para tentar identificar o agressor.

A ativista trans Duda Negretto, de 46 anos, sofreu uma tentativa de homicídio na noite da última quarta-feira (16), em Araras (SP), após ser brutalmente estrangulada com um golpe de mata-leão por um homem desconhecido. Durante o ataque, Duda chegou a desmaiar, perdeu três dentes e, para escapar, precisou se jogar em um córrego na Avenida Dona Renata, próximo ao pontilhão da Rodovia Anhanguera.

O caso foi registrado como tentativa de homicídio e é investigado pela Polícia Civil. Até o momento, ninguém foi preso. Segundo o boletim de ocorrência, Duda relatou que o agressor passou por ela três vezes antes do ataque e usava pronomes masculinos, dizendo que “ele era uma desgraça” e que “ia morrer”.

A vítima acredita que o crime tenha sido motivado por transfobia. “Ele falava que ia me matar e que eu não ia sair viva. Nunca vi esse homem antes. Ele não tentou me abusar sexualmente nem me roubar. Foi uma tentativa de assassinato. Eu desmaiei e, quando recobrei os sentidos, atravessei o ribeirão para fugir dele”, relatou Duda.

Mesmo após o primeiro ataque, o agressor a seguiu e pulou atrás dela no córrego, tentando enforcá-la novamente. Foi apenas quando Duda gritou por socorro que o criminoso desistiu e fugiu do local.

O crime aconteceu por volta das 22h30, em uma via que Duda costuma usar diariamente. O caso gerou comoção entre ativistas da causa LGBTQIA+ e reacendeu o alerta para os crescentes casos de violência contra pessoas trans no Brasil.

O advogado da vítima afirmou que, além das marcas físicas, a agressão foi marcada por ódio e discriminação explícita. “Ele a tratava no masculino, humilhava e dizia que ela merecia morrer. Apertou seu pescoço até ela perder a consciência. O que aconteceu foi um crime de ódio, um claro caso de transfobia”, declarou.

A Polícia Civil está analisando o caso e deve solicitar imagens de câmeras de segurança de comércios nas proximidades para tentar identificar o agressor.

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