Passageira fez relato nas redes sociais, que ganhou repercussão. Ela confessou que inventou o caso porque não tinha dinheiro para pagar corrida.

Um motorista de aplicativo, de 47 anos, perdeu o emprego e chegou a receber ameaças de morte após ser vítima de uma falsa acusação de importunação sexual. Fábio Dias Teixeira foi exposto nas redes sociais por uma passageira, que inventou a história porque não tinha dinheiro para pagar uma corrida em São Vicente, no litoral de São Paulo.
De acordo com Fábio, a publicação no Facebook teve milhares de curtidas e mais de mil comentários. Ele chegou a ser ameaçado de morte por internautas e precisou parar de trabalhar como motorista de aplicativo. Fábio atuava com o carro de um colega, que desistiu do revezamento após a repercussão da denúncia nas redes sociais.
O motorista explicou que mora em São Vicente e tinha o hábito de trabalhar durante a madrugada devido ao revezamento do veículo. Na madrugada de sexta-feira (15), Fábio tinha feito somente uma viagem quando o aplicativo 99 indicou uma segunda corrida do bairro Quarentenário até o Parque São Vicente.
Ele foi até o ponto de embarque e uma passageira entrou no carro. No entanto, ao chegar no destino, o motorista encerrou a viagem e informou o valor de R$ 18,90, mas a mulher não entendeu. “Ela falou para mim que já estava pago no aplicativo e eu disse que não”, relembrou o homem.
A passageira tentou alegar que uma amiga tinha pagado pelo aplicativo e, em seguida, pediu para a cobrança ficar para a próxima viagem. Porém, o motorista não conseguiu usar essa opção. “Deu recusa no pedido”, justificou.
Como a mulher alegou não ter como pagar, Fábio explicou que iria retornar ao ponto de embarque com ela. “Eu fechei a porta, travei a porta e saí com o carro. Mas, ela destravou e pulou”, explicou.
Acusação falsa
Apesar do susto, o motorista ficou sem receber e seguiu trabalhando. No entanto, por volta das 9h da manhã, ele viu uma notificação no Facebook dizendo que havia sido reconhecido. “Não entendi qual motivo, mas continuei trabalhando”, afirmou o homem.
Fábio só soube da falsa acusação quando parou para almoçar e não conseguiu retornar ao aplicativo. “Estava bloqueado por má conduta, e aí eu fui para minha casa”, disse o motorista.
Segundo Fábio, sua líder no aplicativo mandou o print da publicação. O post dizia que o motorista havia colocado a mão na coxa da mulher e a chamado de “morena atraente”. A jovem ainda escreveu que ele havia trancado as portas e ela precisou pular para que nada pior acontecesse.
Desta forma, o homem voltou ao ponto onde a passageira havia embarcado e encontrou um grupo de amigos dela, que colocou ambos frente a frente. “As mentiras dela foram caindo, uma por uma”, ressaltou Fábio.
Ele disse que não fez boletim de ocorrência, pois teve medo de que as autoridades acreditassem na versão relatada pela mulher. O motorista, então, pediu para que a jovem fizesse uma nova publicação explicando o que havia acontecido de verdade.
“Ela fez e o aplicativo me desbloqueou. Eu não tenho nenhuma raiva dessa menina, não tenho nada contra ela, só que ela me prejudicou”, desabafou Fábio, que tem seis filhos e usava o dinheiro das corridas para sustentar a família.
No novo post, a mulher confessou que inventou o caso porque estava sem dinheiro para pagar a corrida. “Ele realmente é trabalhador”, escreveu a passageira.
