Queda no preço do papelão afeta coleta de material que se acumula nas ruas de Araras, SP

No período mais crítico da pandemia, em 2021, era raro encontrar caixas de papelão nas calçadas. Para os catadores, foi o ápice de preços do papel nos últimos anos; até R$ 2 o quilo.

Uma moradora de Araras (SP), usou suas redes sociais para relatar que caixas de papelão ficaram uma semana na frente de sua casa e ninguém fez a recolha. Os catadores de reciclagem não estão pegando esse tipo de material, em virtude do valor baixo e os garis só levam se estiver em sacos plásticos de lixo.

No período mais crítico da pandemia, em 2021, era raro encontrar caixas de papelão nas calçadas. Para os catadores, foi o ápice de preços do papel nos últimos anos; até R$ 2 o quilo. O valor se mantinha alto em razão da demanda das indústrias para a produção de embalagens, necessárias ao intenso fluxo de entregas, já que grande parte da população ficava em casa. Desde 2022, entretanto, os preços despencaram.

“No início deste ano, o preço do papelão estava dramático [R$ 0,15/kg] e hoje estão pagando R$ 0,40, em média”, afirma Anderson Nassif, diretor da Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat), que reúne 467 organizações de catadores e aos quais distribuiu R$ 415 milhões entre 2017 a 2023, oriundos da venda de 661 mil toneladas de material.

A causa apontada pelo mercado para a queda no valor das aparas de papel é o uso crescente pela indústria da matéria-prima virgem, mais barata em razão da grande produção de celulose nacional. A ligeira recuperação no valor, por outro lado, está ligada às enchentes no Rio Grande do Sul, que obrigaram os sucateiros gaúchos a interromper a coleta de material.

O papelão é responsável por 50% do volume nas usinas de recicláveis. Assim, a oscilação de preço afeta a renda de cooperados e associados. “Lutamos para manter o rendimento médio em pelo menos um salário mínimo, mas a conjuntura não ajuda”, diz Nassif, que estima em 1 milhão o contingente de catadores de recicláveis no país. “A conta não fecha apenas com a venda de materiais. Os trabalhadores da reciclagem precisam ser remunerados pelo serviço ambiental que prestam, ao coletar os materiais das ruas”, defende.

Artigos Relacionados

Cuidados na hora de comprar presentes para o Dia das Crianças é fundamental para evitar contratempos, alerta advogado Dr. Kleber Luzetti

Ele chama atenção especial para os brinquedos, que têm grande procura nesta época do ano.O...

Trabalho temporário: setor de comércio e serviços deve abrir 110 mil vagas para o fim do ano

A previsão é da CNDL, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, e do SPC...

Certidões de nascimento, casamento e óbito terão um novo modelo obrigatório no Brasil

Os novos formatos das certidões têm como objetivo melhorar a segurança contra fraudes, facilitar o...

Últimas Notícias