A varíola dos macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada.
A Secretaria Municipal da Saúde investiga um caso suspeito de varíola dos macacos, em Araras (SP). A Vigilância Epidemiológica informou que já foram feitos os exames e aguarda o resultado. O paciente tem 38 anos e fez uma viagem recentemente ao Estado de Minas Gerais e disse que não teve contato com ninguém infectado.
Ele está com sintomas desde o dia 28 de junho, principalmente com bolhas na boca, pernas e braços e encontra-se em isolamento domiciliar. “A pessoa está bem e em isolamento domiciliar até o resultado do exame”, disse Alex Zaniboni, secretário Municipal da Saúde.
Nesta terça-feira (26), a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a situação da Varíola dos Macacos (Monkeypox) no Brasil e disse que o cenário do país é “muito preocupante”, segundo o órgão. “A situação no Brasil é preocupante. É importante que as autoridades também tomem conhecimento da emergência de saúde pública de interesse internacional e das recomendações temporárias e tomem as medidas adequadas”, afirmou a líder técnica da entidade para a doença, Rosamund Lewis.
De acordo com os dados da OMS, na última semana, o Brasil tinha o oitavo maior número de casos da doença no mundo, com 592 infecções. Nessa segunda-feira (25), porém, o Ministério da Saúde já contabilizou 696 casos.
Segundo Lewis, além do número registrado pelas autoridades, pode estar acontecendo uma subnotificação de casos devido à falta de testagem. “O que é criticamente importante é o acesso aos testes, e talvez até o acesso ao teste não esteja disponível em todos os lugares”, alertou.
No último dia 23, a OMS classificou a doença como emergência de saúde pública internacional , o nível máximo de alerta do órgão.
O que é a varíola dos macacos?
A varíola dos macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada. A transmissão pode ocorrer pelas seguintes formas:
- Por contato com o vírus: com um animal, pessoa ou materiais infectados, incluindo através de mordidas e arranhões de animais, manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados. Ainda não se sabe qual animal mantém o vírus na natureza, embora os roedores africanos sejam suspeitos de desempenhar um papel na transmissão da varíola às pessoas.
- De pessoa para pessoa: pelo contato direto com fluidos corporais como sangue e pus, secreções respiratórias ou feridas de uma pessoa infectada, durante o contato íntimo – inclusive durante o sexo – e ao beijar, abraçar ou tocar partes do corpo com feridas causadas pela doença. Ainda não se sabe se a varíola do macaco pode se espalhar através do sêmen ou fluidos vaginais.
- Por materiais contaminados que tocaram fluidos corporais ou feridas, como roupas ou lençóis;
- Da mãe para o feto através da placenta; Da mãe para o bebê durante ou após o parto, pelo contato pele a pele;
- Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infecciosas, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva.
Isolamento
Pacientes com suspeita da doença devem ficar em isolamento, em um local com boa ventilação natural. É recomendado que ambientes comuns, como banheiro e cozinha, fiquem com janelas abertas. Caso more com outras pessoas, deve-se usar a máscara cirúrgica bem ajustada, protegendo a boca e o nariz.
Além disso, é importante que o paciente lave as mãos várias vezes ao dia, preferencialmente com água e sabonete líquido. Se possível, deve usar toalhas de papel descartável para secá-las.
Quem estiver com suspeita também não compartilhar alimentos, objetos de uso pessoal, talheres, pratos, copos, toalhas ou roupas de cama. Os itens só podem ser reutilizados após higienização.