Empresa responsável alega que a prefeitura tem dívidas. Já a administração municipal afirma que cumpre o contrato.
Mais de 1,6 mil famílias de Araras (SP) estão há dois meses sem cestas básicas fornecidas pela Assistência Social da prefeitura. A administração municipal entrou na Justiça e a empresa vai ter que voltar a fornecer.
A empresa responsável diz que vai retomar a entrega, mas alega que a prefeitura tem dívidas. Já a Prefeitura de Araras alegou que está cumprindo o que está previsto em contrato.
A dona de casa Maria Helena de Almeida vive com os 5 filhos e está inscrita em vários programas sociais. Ela é uma das famílias que está sem o benefício da prefeitura. “Arroz, feijão. Pelo menos o básico ajuda sim”, disse.
Com serviço paralisado, ela precisa gastar cerca de R$ 350 a mais com alimentos, o que aperta o orçamento, A interrupção fez aumentar a procura por doações nas igrejas.
“Aumento de 60% a70%. As pessoas chegavam e falavam que não tinham nada. Se a gente tinha a gente ajudava. Precisa de mais doações também. Aqui na cidade é por paróquias então cada bairro tem uma paróquia que é um ponto que o morador procura”, afirmou a secretária da paróquia Bom Jesus, Katia Elaine Francisco.
Empresa alegou atraso de pagamento
As últimas entregas de cestas básicas foram realizadas no mês de setembro e, segundo a prefeitura, a empresa interrompeu o serviço alegando o atraso no pagamento. O caso foi parar na justiça.
“Nós não estávamos inadimplentes porque o prazo é de 90 dias e nós estávamos com 31 dias de entrega, então adimplentes. A procuradoria recorreu ao juiz e o juiz acatou nosso pedido e pediu expediu a liminar na sexta-feira (31)”, explicou a coordenadora de projetos Denise Apolinário Mian.
Em março, a entrega das cestas também foi paralisada. “A outra oportunidade foi pelo final do contrato, entre uma licitação e outra, a empresa declinou a ganhadora. Teve que haver uma nova licitação e teve então um prazo. Elas ficaram mais ou menos um mês também sem receber a cesta”, disse Denise.
O que diz a empresa responsável
A empresa informou que por causa da falta de alguns produtos que compõem a cesta, a entrega vai ser retomada somente na terça-feira (12), mas a empresa alega que, além da dívida recente, consta débitos de notas emitidas também em maio e julho. O valor total dos débitos passa de R$ 700 mil.