Isolamento, ansiedade e distúrbios do sono estão entre os efeitos mais preocupantes do tempo exagerado nas telas — e muitos pais ainda não perceberam o risco.

Por Bruno Henrique: Vivemos colados nas telas. Celulares, tablets e computadores fazem parte da rotina — no trabalho, no estudo e no lazer. Mas quando se trata dos jovens, o uso excessivo desses dispositivos deixou de ser apenas um hábito comum: virou um problema sério de saúde mental.
Quando o vício se disfarça de passatempo
O que parece ser apenas diversão ou distração pode, na verdade, esconder um padrão de dependência. Muitos adolescentes passam horas a fio conectados — sem pausas, sem filtro. Redes sociais, jogos online e maratonas de vídeos substituem interações reais, afetando diretamente o desenvolvimento emocional e social dos jovens.
Principais efeitos do excesso de telas na saúde mental
1. Isolamento social:
Mesmo “conectados” o tempo todo, muitos adolescentes se sentem sozinhos. A interação digital não substitui o contato humano. A longo prazo, isso impacta habilidades essenciais como empatia, escuta ativa e convivência.
2. Falta de concentração:
A avalanche de estímulos das telas reduz a capacidade de foco. Jovens relatam dificuldade para se concentrar nos estudos, nas conversas e até em atividades simples do dia a dia.
3. Problemas no sono:
Usar telas à noite desregula o relógio biológico. A luz azul inibe a produção de melatonina, prejudicando o sono, causando insônia e levando a um estado de cansaço constante.
4. Ansiedade e depressão:
O padrão de “vidas perfeitas” nas redes sociais aumenta a sensação de inadequação. A comparação constante gera baixa autoestima e alimenta quadros de ansiedade e depressão.
O que os pais podem (e devem) fazer
A primeira medida é o diálogo. É preciso observar não apenas quanto tempo os filhos ficam conectados, mas como estão usando essas ferramentas. Estabelecer limites, incentivar atividades offline e promover mais contato humano são passos importantes para reequilibrar a rotina.
A psicanálise como apoio
A psicanálise oferece um espaço de escuta verdadeira. Quando o jovem pode falar livremente sobre suas angústias, é possível entender o que está por trás do comportamento compulsivo diante das telas. Esse processo ajuda a ressignificar o uso da tecnologia e desenvolver formas mais saudáveis de lidar com o mundo.
