“A Salusmed diz que vai dar o transporte, mas e se o paciente for liberado, por exemplo, meio-dia? Vai vir um carro só para ele ou vai ter que esperar todos terminarem o tratamento?”, indagou o vereador.

O vereador Bonezinho Corrochel se pronunciou durante a sessão camararia na noite desta segunda-feira (20), sobre a polêmica envolvendo a empresa Salusmed, responsável pela gestão de serviços de saúde dos servidores públicos municipais em Araras (SP), e apontou falhas na elaboração do edital de licitação.
Segundo ele, o documento deveria ter previsto que a empresa contratada possuísse estrutura própria de internação e UTI, o que evitaria os problemas atualmente enfrentados pelos pacientes e servidores da área da saúde. “A grande questão que pegou foi a construção da licitação. Deveria estar escrito que precisava ter internação e UTI própria, ou seja, não iria dar margem para tudo isso que está acontecendo”, afirmou o vereador.
Bonezinho destacou que a terceirização de alguns serviços, como os de imagem, é algo comum, mas que a Salusmed acabou terceirizando praticamente tudo, o que, na visão dele, demonstra falta de preparo e estrutura. “Uma empresa vir e terceirizar todos os serviços fica muito fácil. Não está preparada, não está estruturada”, observou.
O parlamentar também se mostrou preocupado com o impacto das mudanças nos pacientes em tratamento de hemodiálise e oncologia, que agora precisam ser deslocados para outras cidades, como Campinas. “Estive na reunião, são 14 pacientes na hemodiálise e 88 casos oncológicos. Como vamos colocar todo esse pessoal para viajar, pessoas já debilitadas, fragilizadas?”, questionou.
Ele ponderou ainda sobre a logística dos transportes oferecidos pela empresa. “A Salusmed diz que vai dar o transporte, mas e se o paciente for liberado, por exemplo, meio-dia? Vai vir um carro só para ele ou vai ter que esperar todos terminarem o tratamento?”, indagou o vereador.
Bonezinho lembrou que os pacientes de hemodiálise realizam o tratamento três vezes por semana, o que torna a viagem constante ainda mais desgastante. “É uma hora e meia de ida e volta, três vezes por semana. Esse desgaste físico e emocional é muito grande”, enfatizou.
O vereador também destacou o posicionamento de outros parlamentares, como o Dr. Donizetti Lima, a vereadora Marluce Lima e a vereadora Rosa Scanavinni, que atua junto à Associação Alara, que atende mulheres com câncer de mama. “Ela sabe o quão difícil é o desgaste emocional dessas pacientes e tudo que tem afligido o servidor público”, afirmou.