A nova alíquota de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros deve provocar um prejuízo superior a US$ 5 milhões aos exportadores de Araras (SP).

Segundo levantamento feito pelo jornal Estadão com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Araras aparece entre os 906 municípios brasileiros que serão impactados pela medida adotada pelo presidente Donald Trump no fim de julho. Os setores mais afetados são os de óleos essenciais e preparações cosméticas, que sozinhos somam US$ 3,3 milhões em exportações aos EUA em 2024.
Além disso, produtos hortícolas e de frutas ou de outras partes de plantas somam quase US$ 1 milhão; preparações alimentícias diversas, mais de US$ 457 mil; açúcares e produtos de confeitaria, US$ 305 mil; e veículos automotivos e acessórios, pouco menos de US$ 1 mil.
Juntos, esses produtos representam um total estimado de US$ 5.063.690,00 (em valores FOB) em exportações com destino aos Estados Unidos, e que agora podem ser penalizados com a nova tarifa adicional de 40%, somada aos 10% já existentes.
Apesar de a medida prever 694 exceções — como suco de laranja, celulose e aviões da Embraer —, a maior parte das mercadorias exportadas por Araras permanece sujeita à nova tributação. Isso coloca o município em situação delicada no comércio exterior, especialmente diante de um cenário de retração econômica global.
No Estado de São Paulo, as cidades mais prejudicadas são Piracicaba, Matão e São Paulo, que lideram o ranking nacional em volume de exportações afetadas. Araras, embora não esteja no “top 10” estadual, possui uma base diversificada de exportações que será duramente atingida pelas novas exigências alfandegárias impostas pelos EUA.
O governo federal ainda não se manifestou oficialmente sobre possíveis medidas de compensação ou negociação junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) para tentar reverter ou mitigar os impactos da decisão norte-americana.





