Amigo de motorista do Porsche que se envolver em acidente com morte volta a ser internado após complicações

Médicos avaliam possibilidade de novas cirurgias. Ele está internado há uma semana após se ferir gravemente em acidente em março em SP. Foto mostra como estava na primeira internação.

O amigo do motorista do Porsche Carrera que fraturou quatro costelas e teve o baço retirado numa cirurgia por causa do acidente de trânsito que sofreu no final de março voltou a ser internado no mesmo hospital por onde havia passado antes em São Paulo. O baço é um órgão linfático localizado no abdômen que é responsável por “filtrar” o sangue.

Marcus Vinicius Machado Rocha teve complicações de saúde e precisou voltar em 28 de abril para o Hospital São Luiz, unidade Anália, na Zona Leste. Ele está há uma semana num leito normal fazendo exames após sentir dores no corpo. Permanece consciente, mas sem previsão de alta.

Os médicos avaliam se há necessidade de Marcus passar por ao menos mais duas cirurgias. Uma delas seria para retirada dos resquícios do baço que continuam no seu organismo e estariam causando incômodo a ele. A outra operação pode ser no joelho esquerdo, que teve lesão nos ligamentos. Ele ainda perdeu quase dez quilos desde o acidente.

Marcus tem 22 anos e é estudante de medicina. Essa é a segunda vez que ele é internado após se ferir gravemente no acidente provocado pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, que dirigia o Porsche e bateu na traseira do Renault Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, que morreu depois num hospital. Fernando tem 24 anos e Ornaldo tinha 52.

O acidente ocorreu no dia 31 de março na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé. Câmeras de segurança gravaram a batida (veja vídeo acima). Fernando estava a 114,8 km/h, segundo laudo pericial da Polícia Técnico-Científica. O limite de velocidade para a via é de 50 km/h.

Marcus ocupava no banco do passageiro do carro de luxo e ficou quase dez dias internado no Hospital São Luiz, sendo sete deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nesse período, foi entubado e e ficou em coma induzido, e passou por passou por duas cirurgias: para retirada do baço e colocação de drenos para tirar água dos pulmões (como mostra a foto acima obtida pela reportagem).

“O Marcus, após o acidente, ele foi internado ficou em torno de dez dias, teve que fazer uma retirada do baço, colocar drenos do pulmão, mas já foi pra casa e agora foi internado novamente no último domingo [dia 28 de abril], por complicações, devido à retirada do baço. Parece que ficaram pedaços do baço no organismo, então ele tá internado em observação para avaliação de uma nova cirurgia”, disse à reportagem o advogado José Roberto Soares Lourenço.

José Roberto e a advogada Amanda Bessoni Boudoux Salgado defendem os interesses de Marcus e da namorada dele no caso. Os advogados já pediram ao Ministério Público (MP) para atuar no processo como assistentes da acusação.

Além disso, testemunhas contaram à Polícia Civil que Fernando tomou bebidas alcoólicas antes de dirigir e bater. Pela lei, é proibido guiar sob efeito de álcool no organismo. Marcus e a namorada confirmaram à investigação que o empresário bebeu. O motorista do Porsche e a namorada dele negaram. Os quatro tinham se encontrado em dois bares antes do acidente.

Fernando não fez o teste do bafômetro porque os policiais militares que atenderam a ocorrência o liberaram sem passar pelo exame. Os agentes da Polícia Militar (PM) também não tinham o etilômetro, aparelho usado para saber se algum motorista bebeu.

A mãe de Fernando chegou a dizer aos PMs que levaria o filho para o hospital porque ele estaria ferido, mas não fez isso. A Corregedoria da Polícia Militar apura a conduta dos agentes pois entende que eles erraram ao não fazer o teste do bafômetro no condutor do Porsche.

Fernando é réu por homicídio por dolo eventual (por ter assumido o risco de matar Ornaldo) e lesão corporal gravíssima (feriu Marcus).

Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decretou a prisão preventiva de Fernando na última sexta-feira (3). O pedido foi feito pelo Ministério Público.

De acordo com a promotora Monique Ratton, responsável por denunciar Fernando, o empresário poderia voltar a cometer crimes pelo qual foi acusado já que se envolveu em acidentes graves anteriormente, inclusive com feridos.

30º Distrito Policial (DP) entrou nesta segunda-feira (6) no terceiro dia de buscas para tentar encontrar e prender Fernando. Até a última atualização desta reportagem, o empresário não tinha sido encontrado e nem havia se entregado.

O réu é considerado foragido pela Secretária da Segurança Pública (SSP) desde sábado (4), quando passou a ser procurado e não foi achado. Segundo a pasta, “as buscas prosseguem” neste domingo.

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