Homem com diabetes que teve parte da perna amputada lembra falta de cuidados

Levantamento feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mostra que a diabetes foi responsável por 28% amputações diárias de membros inferiores em curto prazo, de janeiro a agosto.

Um levantamento feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mostra que a diabetes foi responsável por 28% amputações diárias de membros inferiores em um curto prazo, entre janeiro e agosto deste ano.

A doença crônica acontece quando o corpo não produz ou não consegue utilizar a insulina.

O auxiliar de serviços gerais Rinaldo Villani tem a doença e sofreu a amputação da perna esquerda, em São Carlos (SP). Em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, ele lembrou da falta de cuidados. “Achava que era doencinha, mas é muito perigosa”. (veja o caso dele mais abaixo).

Segundo o levantamento do SUS, em 8 meses foram registradas 6.982 amputações de pés e pernas por causa da doença. A média em 2022 foi de 847 por mês, mas, neste ano, o a média subiu para 872 por mês.

O que é a diabetes?

Segundo o endocrinologista Eduardo Portugal, a diabetes (tipos 1 e 2) é quando o corpo não consegue lidar com o nível de açúcar no sangue.

“Acaba sobrando açúcar no sangue. Esse açúcar não consegue entrar para dentro da células. Isso pode acontecer, no caso do diabetes tipo 1, por falta de produção de insulina do organismo. Geralmente ocorre um fenômeno auto imune, onde as células produtoras de insulina são destruídas”, explicou.

“Na diabetes tipo 2, que é o mais comum, uma série de fatores atrapalham que a insulina possa agir da melhor maneira. Às vezes até a produção pode ser um pouquinho prejudicada e, como resultados, níveis de açúcar no sangue fica muito altos. Esses níveis de açúcar altos no sangue vão estragar os vasos sanguíneos e daí vem todas as complicações do diabetes”, disse o médico.

Qual o tratamento para diabetes?

O Brasil é o quinto país do mundo com o maior número de diabéticos com idade entre 20 e 79 anos. São 16 milhões de brasileiros que convivem com a doença, que não tem cura, mas tem tratamento e que inclui principalmente novos hábitos.

“No caso do diabetes tipo 1 e nos casos avançados de diabetes tipo 2, o paciente vai precisar de insulina. Hoje nós temos vários tipos de insulina que facilitam muito o uso desse medicamento. Na maioria dos casos o tratamento vai ser feito com dieta, atividade física e alguns comprimidos. O comprimido mais importante por exemplo é fornecido pelo SUS e no programa de farmácia popular gratuitamente”

Amputações e importância dos cuidados

Mesmo silenciosa a diabetes pode ser devastadora, se não controlada a doença pode trazer impactos irreversíveis à saúde e a amputação de membros inferiores como pés e pernas. Segundo o levantamento do SUS, a média de amputação por mês em 2022 foi de 847. Neste ano, a média subiu para 872 por mês.

Foi o caso do auxiliar de serviços gerais Rinaldo Villani, que precisou amputar parte da perna direita porque teve complicações causadas pela diabetes tipo 2, diagnosticada há 25 anos.

“Foi difícil porque a gente não espera que vai acontecer com a gente, né? Demorei uns dois dias para entender qual era o problema. Acabei entendendo e agora eu já estou numa boa, eu já entendi que era o necessário mesmo”, disse.

Ele disse que não se atentou muito aos cuidados recomendados pelo médico.

“Antes eu não ligava muito. Achava que a diabetes era uma doençinha de nada assim, mas ela é muito perigosa e silenciosa. Ela vai chegando e vai te afetando de um jeito que tem hora que não tem mais condição”.

Há cinco anos ele perdeu completamente a sensibilidade nos dedos dos pés e o quadro piorou. Em outubro do ano passado, as dores na perna direita ficaram intensas. Em março deste ano, a amputação foi a única saída indicada pelo médico para combater a bactéria que atacava a perna.

Desde então a rotina mudou, ele precisou se adaptar a prótese e também mudar os hábitos de vida para evitar que a doença atinja mais partes do corpo. “Tem que cuidar, fazer os exames porque pode acontecer com qualquer um. Então não custa a gente fazer o exame para ver como é que tá e regular a alimentação, não beber álcool”, afirmou.

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