Serviço atende pedidos das prefeitura e hospitais públicos da região, de outros estados e também do exterior; Laudos emitidos mostraram ocorrência de tumores bucais malignos.

O laboratório de Anatomia Patológica da faculdade São Leopoldo Mandic, de Campinas, atingiu a marca de 35 mil exames realizados e laudos de lesões bucais gratuitos, no dia 17 de maio de 2024, em 23 anos de existência.
Criado em 2001, antes mesmo da fundação do Curso de Graduação em Odontologia, o laboratório de Patologia realizou o primeiro diagnóstico em agosto daquele ano, pela patologista Andrea Mantesso – atualmente professora nos Estados Unidos – e tratava-se de uma mucocele de ventre lingual, uma lesão cística benigna que se origina de desordens das glândulas salivares e seus respectivos ductos, caracterizada pela secreção contida em seu interior, enviada pelo Hospital Municipal Mário Gatti de Campinas.
A partir daí, o número de casos recebidos pelo laboratório foi crescendo aos longo dos anos. Atualmente, o laboratório atende aos pedidos da própria Instituição, das prefeituras e dos hospitais públicos da região e dos arredores,além de outros estados e também do exterior, como os encaminhados pela República de Angola.
“Foi fundamental o reconhecimento do Dr. José Luiz Cintra Junqueira, Diretor geral da São Leopoldo Mandic, sobre a importância do patologista bucal no diagnóstico das lesões em áreas de sua competência”, explica a Drª Vera Cavalcanti de Araújo, diretora de pesquisa da Instituição. A análise dos 35.000 casos diagnosticados mostrou a ocorrência de 2.300 tumores malignos, entre eles aproximadamente 2.100 casos de carcinoma epidermoide (carcinoma de células escamosas), que é o quinto câncer mais comum entre homens no Brasil. “A identificação dos diagnósticos de carcinoma epidermoide bucal em número superior a 2.000 casos demonstra a responsabilidade de cooperar no tratamento dos pacientes”, diz Drª Vera.
Além dos benefícios prestados aos pacientes, o laboratório, com seu acervo, serve à pesquisa com aproximadamente 300 artigos científicos publicados no Brasil e exterior em revistas científicas indexadas, além de teses de doutorado, dissertações de mestrado, monografias, trabalhos de conclusão de cursos e projetos de pesquisa científica fomentados pela FAPESP, CNPQ e CAPES.
“O laboratório utiliza técnicas modernas como biologia molecular, imunoistoquímica, histoquímica e cultura celular. Em decorrência da produção científica e da expertise no diagnóstico, nosso serviço é referência para o diagnóstico de tumores de glândulas salivares e cistos e tumores odontogénicos, e recebe casos para consulta de outros laboratórios do país e do exterior”, esclarece Drª Vera.
O material advindo de pesquisas em animais é também processado no laboratório, que conta com quatro patologistas que respondem pelo diagnóstico da rotina, mais três técnicas biólogas e biomédicas para atender a rotina patológica, e duas técnicas biólogas que trabalham com cultura celular.
O trabalho é constante para diagnosticar as biópsias encaminhadas, possibilitando o tratamento dos pacientes.”Queremos que este esforço seja cada vez maior para alcançar este objetivo”, finaliza a pesquisadora.
