Polícia Civil procura homem que tentou matar ativista LGBT em Araras, SP

Duda Negretto, teve cabelos arrancados e dentes quebrados antes de ser jogada no rio.

A Polícia Civil de Araras (SP), investiga a tentativa de assassinato contra a ativista LGBTQIA+ Maria Eduarda Negretto, conhecida como Duda, mulher trans reconhecida por sua atuação política e em defesa da diversidade na cidade. O ataque brutal ocorreu enquanto ela caminhava por uma avenida movimentada.

Segundo relato de Luan Guidotti, assessor da vítima, o agressor — ainda não identificado — abordou Duda por trás e aplicou um “mata-leão”, técnica de estrangulamento usada para imobilização. Após desmaiar, a ativista foi violentamente espancada: recebeu golpes na boca que arrancaram seus dentes, teve parte dos cabelos arrancada e, em seguida, foi jogada em um rio próximo.

Apesar da gravidade do ataque, Duda conseguiu sair da água e pedir socorro, sendo levada em estado grave para o hospital. Seu quadro de saúde não foi atualizado até o momento.

A tentativa de homicídio causou imediata comoção em Araras, com inúmeras manifestações de solidariedade nas redes sociais e cobranças por uma investigação rigorosa. Duda ganhou notoriedade em 2023 ao disputar o cargo de vereadora na cidade, conquistando quase 600 votos, uma marca expressiva para uma candidata trans em um município de médio porte.

O boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Polícia de Araras, que ainda não divulgou detalhes sobre suspeitos ou possíveis motivações do crime. A investigação segue sob sigilo.

Violência contra pessoas trans no Brasil

O caso de Duda expõe, mais uma vez, o alarmante cenário de violência contra pessoas trans no Brasil. Segundo relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), o país registrou 145 assassinatos de pessoas trans em 2023, mantendo-se, pelo 15º ano consecutivo, como o país que mais mata essa população no mundo.

Dados do Disque 100 revelam que, em 2022, foram registradas 3.084 denúncias de violência homofóbica e transfóbica33% delas envolvendo agressões físicas. Já levantamento do Grupo Gay da Bahia aponta que, a cada 28 horas, uma pessoa LGBTQIA+ é vítima de violência letal no Brasil. Especialistas alertam que os números são ainda subnotificados, pois muitos crimes sequer chegam às autoridades.

A população de Araras agora acompanha o caso com atenção e espera que o ataque contra Duda seja tratado com a devida seriedade e celeridade. Para muitos, a violência sofrida por ela é mais do que um ataque individual: é um símbolo da intolerância estrutural que ainda coloca em risco a vida de quem ousa existir com liberdade.

Artigos Relacionados

Jovem de 21 anos desaparece após sair do Sul em busca de emprego e pode estar em Araras, SP

A mãe relatou que, na última conversa com a filha, Thaiara mencionou que viria morar em Araras (SP) e prometeu retornar ao lar no...

PLANTÃO POLICIAL: Confira as principais notícias desta segunda-feira (21)

  O Café Júnior – Um primor de café desde 1945, traz as principais notícias policiais de Araras (SP) e região.Um motorista de 26 anos...

“Não correu porque já sabia”: procurado é encontrado pela Polícia Militar no Jardim Adelina em Leme, SP

Depois do “bate-papo” no local, ele foi levado até a Santa Casa para os exames de praxe e, em seguida, conduzido à Central de...

Últimas Notícias