Mariza Rocha de Santana foi brutalmente assassinada em Santa Cruz das Palmeiras (SP).
Antes de ser espancada e esquartejada pelo ex-marido em Santa Cruz das Palmeiras (SP), a trabalhadora rural Mariza Rocha de Santana, de 39 anos, chegou a mandar áudios para uma de suas filhas dizendo que ele já tinha tentado matá-la, que ele queria viver um relacionamento abusivo e que ela estava com medo dele.
“Ele quer controlar os meus passos pra mim (sic.) viver socada na roça e socada dentro de casa fazendo o que ele quer. Eu não me sujeito a isso aí, eu não aguento, infelizmente (…) Eu quero dar um basta nisso, eu tenho direito. Se ele usou e abusou da minha bondade uma vida inteira, e ele não cuidou, não deu valor, eu quero a minha vida hoje, eu não quero saber, eu não quero conviver com ele”, disse Mariza.
Embora a filha tivesse conversado com o pai, Valdenor Caraúba de Souza, de 64, ignorou os conselhos e cometeu o feminicídio entre a noite da quarta (8) e a madrugada de quinta-feira (9).
Ele não aceitava o fim do relacionamento com a mulher e é suspeito de ter a matado por ciúmes. O homem foi preso na noite da sexta-feira (10). O corpo de Mariza foi encontrado partido ao meio, enterrado em um terreno em frente a casa onde ela morava.
“Eu não quero mais viver a vida que eu tava vivendo com o ‘Nor’. Eu tô abusada disso aqui, ele voltou na marra, ele não me respeitou e eu vou botar ele na Lei Maria da Penha quando ele sair daqui, pra mim chamar a polícia e tirar ele aonde eu tiver e ele chegar, eu vou fazer isso”, havia relatado a filha.
Relato de desespero
Aos prantos, a mãe gravou um outro áudio para a filha contando que a situação era mais grave do que todos pensavam e que ela buscava uma solução para o momento que estava vivendo.
“A situação é mais do que você pensa. O cara já tentou me matar uma vez, eu não sei não. É sério, eu não o que eu falo, eu já pensei em correr atrás da família dele, eu não quero viver com o Nor. Eu não sei o que pensar e nem o que falar pra você. Se for pra mim viver com esse homem, eu tenho tanto ódio, eu prefiro tomar veneno e morrer. Eu prefiro morrer, mas eu não quero. Sei lá, eu nem sei o que falar mais, eu juro pra você que eu não aguento, não aguento não, não, não, não”.