A Prefeitura emprestou cinco milhões de reais à Santa Casa para evitar a paralisação dos médicos. Esse valor, que não era uma obrigação da prefeitura, ainda não foi devolvido, deixando a prefeitura com um crédito que, por lei, não pode permanecer em aberto.

Na manhã desta quinta-feira (1), o site repórter Beto Ribeiro recebeu uma denúncia preocupante que afeta diretamente a Santa Casa de Misericórdia de Araras (SP). De acordo com a denúncia, os médicos do hospital não estão recebendo seus pagamentos desde maio devido ao atraso no repasse de verba da prefeitura municipal.
O Secretário Municipal da Saúde, Alex Zaniboni, entrou em contato com nossa reportagem para esclarecer a situação. Segundo ele, no ano passado, a Prefeitura emprestou cinco milhões de reais à Santa Casa com o objetivo de evitar a paralisação dos médicos. Esses valores, que não eram obrigação da prefeitura repassar, ainda não foram devolvidos, deixando a prefeitura com um crédito de cinco milhões de reais a receber, crédito esse que, por lei, não pode permanecer em aberto.
“Os valores devidos apontados na matéria referem-se a plantões, que não chegam sequer a 1/4 desse total acima. Plantões esses que, como a Santa Casa já recebe valores do SUS, nem obrigação da prefeitura seriam. Mas faz para ajudar”, explicou Zaniboni.
Além disso, o secretário ressaltou que, devido ao adiantamento milionário feito à Santa Casa, a Secretaria Municipal de Saúde teve que ajustar seu orçamento, segurando outros pagamentos, já que não há dinheiro suficiente para todas as despesas.
Atualmente, a Santa Casa recebe mensalmente:
- Mais de 2 milhões de reais repassados pela prefeitura do SUS, cuja tabela não é atualizada há décadas pelo governo federal.
- Desde 2024, com a adesão da prefeitura ao SUS Paulista, mais de 1,6 milhão de reais por mês, um valor significativo que a Santa Casa não recebia anteriormente.
Zaniboni concluiu dizendo: “É reconhecido que a Santa Casa de Araras tem um déficit por conta da não atualização da tabela pelo governo federal e está fazendo o melhor que pode. Mas a prefeitura não tem dinheiro para tudo”.
